Lei aprovada na Câmara de Vereadores abre debate sobre conceito de família

A Câmara de Vereadores de Canoinhas aprovou na terça-feira, 4, a criação da Semana da Família, a ser comemorada toda a segunda semana de agosto. A iniciativa do vereador Wilmar Sudoski (PSD) é válida e contempla um setor da sociedade que embora seja maioria, pouco aparece. As famílias, nas suas mais variadas formações, são o princípio e fim de todos nós e, portanto, merece mais destaque.

Ao ver Sudoski e José Rossi, representante da Pastoral Familiar da Igreja Católica falarem, ninguém contesta a importância de se valorizar a instituição. A questão é qual o conceito de família a criação desta Semana quer contemplar?

Membro da comunidade luterana de Canoinhas, Régines Gonçalves, fez essa pergunta e arriscou uma resposta. “O que é família? O modelo tradicional pai, mãe e filhos? Não seria uma família o casal que vive com animais domésticos? E o casal homossexual que adota a criança que esse modelo tradicional de família rejeita?”

Perguntas incômodas para os conservadores, mas feita no momento e local certos.

Se as religiões querem discutir esse assunto com ajuda dos políticos, não podem virar as costas para pesquisas como a Datafolha, que mostrou em 2014 que 51% das famílias brasileiras fogem do rótulo tradicional. Se não fizer isso, correm o risco de fazer mais do mesmo, presas a um passado que não faz sentido algum. Se as palavras de Gonçalves fizerem ao menos as religiões refletirem, já temos um bom começo.