Sem aviso prévio administração do Hospital de Mafra “demite” médicos pediatras e encerrará o atendim
- portalda98
- 26 de ago. de 2015
- 3 min de leitura
Podemos usar o termo “na calada da noite”, para resumir a ação da administração do Hospital São Vicente de Paulo ao excluir de seus quadros funcionais três médicos pediatras com a justificativa que a partir do dia 1º de setembro não haverá mais atendimento clinica às crianças. A demissão ocorreu na quarta-feira (19) e está causando preocupação a toda sociedade.
Não é de hoje que a população mafrense está apreensiva com a possibilidade do HSVP encerrar o atendimento pediátrico. Em maio noticiamos aqui nas páginas da Gazeta de Riomafra em primeira mão, que o Hospital havia encaminhado um documento a Secretaria de Estado da Saúde informando a suspenção dos serviços de pediatria. Na época, a direção do hospital pretendia acabar com o atendimento às crianças já no dia 30 de junho.
Com a divulgação do encerramento do atendimento pediátrico, os vereadores, no início de junho, realizaram uma reunião com os diretores do hospital, representantes da Secretaria de Estado da Saúde, da Secretaria Municipal da Saúde, direção da Maternidade Catarina Kuss – MDCK, Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente – CMDCA e do Conselho Municipal de Saúde, com o intuito de que o HSVP não interrompesse o serviço de pediatria.
Muito pouco se avançou com a reunião. Inclusive com o compromisso dos vereadores formarem uma comissão para acompanhar e auxiliar numa solução para caso, não ocorreu efetivamente. O HSVP manteve a posição em interromper o atendimento pediátrico, usando como justificativa, dificuldades com as escalas de médicos pediatras falta de estrutura para oferecer atendimento com qualidade nesta área e que a pediatria representa apenas 1,4% dos atendimentos realizados pelo hospital, o que não justifica o investimento na estrutura necessária para a continuidade do serviço.
A MDCK justificou não ser possível realizar o atendimento pediátrico por não possuir espaço físico necessário e o perigo de se colocar no mesmo espaço bebês recém nascidos e crianças com doenças como viroses, por exemplo.
Já a Secretaria Municipal de Saúde afirmou que a responsabilidade pelos atendimentos pediátricos era do Hospital São Vicente de Paulo e não do município, tendo em vista que houve pactuação entre a instituição hospitalar e o governo do estado, e que estes atendimentos estão inseridos no convênio.
Ainda no mês de junho aconteceu uma reunião entre os representantes do HSVP e a Secretaria de Estado da Saúde em Florianópolis, onde ficou definido que o Hospital manteria o atendimento pediátrico por mais sessenta dias.
O prazo está encerrando e nenhuma ação concreta foi tomada e sem aviso prévio a direção do Hospital demite médicos pediatras, a MDCK alega que não pode absorver o atendimento pediátrico, pois traria risco de saúde aos recém-nascidos. Além disto, atualmente não há espaço físico e nem recursos humanos para tal serviço na Maternidade necessitando uma ampliação da sua estrutura física e a transformação de maternidade para Hospital Materno Infantil.
Entenda o caso
Em correspondência enviada pela Secretaria de Estado da Saúde a direção do Hospital São Vicente de Paulo informou que os atendimentos de pediatria serão mantidos somente até o dia 30 (terça-feira) de junho indicando que a partir do dia 01 (quarta-feira) os atendimentos sejam realizados pela Maternidade Dona Catarina Kuss – MDCK.
Na correspondência a direção do Hospital, informa que a decisão foi tomada em reunião de diretoria e do conselho fiscal no dia 04 de maio por motivos anteriormente expostos ao secretário estadual da Saúde, João Paulo Kleinübing, e ao secretário adjunto da Secretária, Murilo Capella, durante visita ao hospital no mês de fevereiro.
A administração do HSVP aponta a dificuldade de fechar escala de dobre aviso de médicos pediatras, devido à maioria estarem lotados na MDCK com escalas de plantão e sobreaviso. Cita ainda não ter como justificar reformas necessárias na área, destinada a internação pediátrica, devido ao pequeno número de internações. Destaca a necessidade de priorizar os atendimentos de média e alta complexidade de adultos nas especialidades de cardiologia, neurocirurgia e traumato/ortopedia, visando a obtenção de recursos para investimentos como para o custeio para estes serviços.
FONTE:: GAZETA DE RIOMAFRA

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